Não queria quase nada
Gostaria que as lágrimas não precisassem cair
ou que se caíssem que não fossem por causa da dor do coração
Gostaria que a igualdade deixasse a todos contentes
E que conhecêssemos a recompensa que o bem traz
que nunca tivesse perigo, nem ter de olhar pra traz
Que o medo caísse num buraco
Que a subida não cansasse
que a queda fosse sempre em um colchão
Queria que a sorte alcançasse a todos
E que a esperança não tivesse necessidade de existir
Por não se conhecer as vestes da maldade
Queria que o fogo aquecesse sem queimar
E a chuva caísse sem destruir
Que o vento soprasse só pra refrescar
E que a terra fosse suficiente para todos produzir
Queria que o meu time e o seu fossem ganhadores ao mesmo tempo
E que a "briga" fosse o nome de um comprimento engraçado
Que o silêncio pudesse ser ouvido sem ser maltratado.
Que a compreensão e o conhecimento existisse em todos
E que a solidão e o abandono sumisse como um arroto
Queria sim que a fome nunca castigasse,
Melhor que isso, que o alimento não fosse uma necessidade
Queria que não existisse doenças pra castigar o corpo
E nem desilusões e decepções para castigar a alma
Que sacrifício fosse uma palavra desconhecida
E que o sorrir fosse uma constante
Que amor e amizade sempre andassem de mãos dadas
E que as diferenças fossem complementos reconhecidos
Que" justo" fosse parada obrigatória
E amar o próximo tivesse escrito no nosso DNA,
Que viesse gravado na mente e no coração
Que houvesse alegria verdadeira dentro dos lares
E que as famílias se entendessem bem
Que cada pessoa conseguisse ouvir e falar na mesma proporção
E que o respeito ganhasse com força
Sendo o ganho da força do amor
Queria simplesmente que a vida não fosse penosa
Que a morte fosse uma porta aberta
E a chave fosse uma criança preguiçosa
Que saiu correndo pra brincar esquecendo de voltar
E quem quisesse só dava uma bisbilhotada e voltasse.
Queria que soltar pipas não exigisse olhar cá baixo
E que voar não cansasse
Que nadar não desse câimbras
Que abrir os olhos e enxergar fosse pra todos
Que todos conhecessem o cheiro do bolo assando
E que pudessem ouvir os pássaros cantando
Que pudéssemos enxergar o vagalume sem querer devorá-lo
E que a abelha tivesse ferrão de borracha com mola
Queria que todos pudessem sentir o carinho suave de uma mão
Um chamego no cabelo, um espelho sem triste recordação
Que a velhice e a mocidade fossem a mesma coisa
Que o por do sol durasse a noite inteira
E que a lua pudesse estar sempre ao seu lado
Governando juntamente sem se desencontrar
Que o tempo fosse um conto
E que a morada dos sonhos fosse encontrada
Pela realidade.
C.Duarte